terça-feira, 18 de maio de 2010

CABELO BOM?




Inicio este post com a imagem em artesanato de uma mulher negra cujo cabelo é composto por esponja de aço. Vendo a peça não há como não lembrar da saída da escola, quando meninos felizes do Colégio Zaccaria infernizavam a mim e a minha irmã chamando-nos de cabelo bom-bril. Não há como esquecer da cena que passei há poucos meses atrás: eu descendo do 17o. andar do prédio onde morava juntamente com uma vizinha muito simpática. Ela elogiou meu cabelo, dizendo: "Nossa, seu cabelo é tão lindo! Parece o da Helena de "Viver a Vida". Eu confusamente agradeci me perguntando onde ela viu nos meus micro-cachinhos as madeixas encaroladas usadas por Thaís Araújo.

A imagem em artesanato é bem significativa porque não representa uma mulher negra qualquer, como seu vestido nos mostra, mas uma preta genuinamente brasileira. A marca do cabelo ruim tem andado viva na memória de grande parte das mulheres brasileiras, como bem nos mostra essa peça de artesanato e o comentário abaixo, disponível na net, neste endereço aqui, onde se pode encontrar o texto intitulado Cabelo Ruim.

Alguém aqui acha justo nascer com o cabelo de buxa? E não é de bruxa não, é de buxa mesmo! Isso é a coisa mais injusta que pode acontecer com uma pessoa. Porque imagina comigo, você só nasce uma vez na vida e ainda tem que nascer com um cabelo de bombril é demais!
É claro que você não pode colocar a culpa toda na sua mãe porque ela não te fez sozinha, então divide a culpa com o teu pai também! O pior é quando seu irmãozinho querido nasce com o cabelo mais perfeito do mundo e o seu é totalmente o contrario, dá vontade de matar ele né? Só ele não, a familia toda, você culpa até Deus por ter feito você nascer nessa família de cabelos ruins.Mas para a sua sorte Deus é pai e não padrasto! Ele fez o homem inventar os produtos químicos, melhor que isso só nascer com o cabelo lindo. Então agora você pode ser feliz e deixar seu cabelo perfeito, né mágico? Escrevi isso aqui porque fiquei com pena das mulheres de antigamente, as coitadinhas deveriam sofrer muito..
Não, eu não tenho cabelo ruim.


Cabelo não-liso tem sido tabu na sociedade brasileira. Mesmo em tempos de uma dita valorização de culturas afros, o cabelo carapinha é relegado ao silêncio ou visto como monstruoso. No máximo, fala-se de estratégias para escondê-lo, amansá-lo ou, vez por outra, cabelos étnicos são expostos para mostrar quão exóticos são. Por isso, mesmo aquela receita do cabelo "ajeitadinho" não é papo para se ter alto em mesa de bar, principalemente se tiver homem por perto.

Homens negros participam do mesmo processo avassalador quando o assunto é cabelo, mas possuem mais alternativas para se safar, quase sempre escamoteando as contradições que sentem com relação aos seus próprios fios. Dessa forma, eles jogam para debaixo do tapete assunto tão doloroso para tantas brasileiras e brasileiros. Com as mulheres, o buraco é mais embaixo. Rígidos padrões de beleza e uma indústria cosmética que só se volta para o alisamento dos fios não-lisos induzem a um aprendizado pouquíssimo saudável para as meninas negras.

Há muitas gerações nós temos cuidado de nosso cabelo na intimidade do nosso quarto, banheiro ou ao pé do fogão da cozinha, esperando o ferro esquentar, trocando com as mulheres mais próximas da família maneiras de "amansar a fera" e de praguejar contra mais uma triste herança africana. Esse aprendizado é duplamente doloroso, mesmo sem nos darmos conta dele. Por um lado, não há couro cabeludo ou fio que resista às diferentes técnicas de alisamento , já que todas sem exceção causam dor física; por outro, aprendemos a esquecer uma parte importantíssima do nosso corpo, tomada como feia, indomável, sem jeito, com várias marcas de não, pronta para ser esquecida.

Esse esquecimento, como todo esquecimento histórico, é íntimo e comunitário, individual e coletivo. Ninguém quer lembrar o cabelo carapinha que possui. Lembro de algumas cantoras, como Alcione ou Elza Soares, que permearam minha infância com diferentes cabelos em capas de discos, ou mais recentemente Paula Lima, cujos fios o público nunca soube como são. Mesmo que usem cabelos artificiais mais próximos da aparência dos nossos cabelos nunca pudemos contemplar seus fios reais. Interessante que me refiro a mulheres vaidosíssimas, como pode ser visto nas produções esmeradas das três, com direito a unha postiça (Alcione), plásticas mil (Elza) ou requintadas roupas conjugadas a uma linda cabeleira artificial (Paula).

Vou logo dizendo que não distingo as mulheres que amo ou admiro pelo tipo de cabelo que usam. Tenho amigas e familiares queridas com os mais diferentes tipos de cabelo. Só insito que na relação com nossos cachos temos sido intimamente impelidas ao desamor, à raiva, à vergonha. Eu estou aqui hoje escrevendo, no entanto, para expor um pouco o contrário de toda essa história, para contar uma história de amor.

É isso, a relação que tenho há quatro anos com o meu cabelo é de puro amor. A nossa relação amorosa foi conquistada depois de muitos anos de suspensão, das mais diferentes formas. Em fins de 2006, decidi deixar de lado as pesadas fibras de cabelo artificial que usava para compor as minhas tranças. Estava decididamente cansada de tantas agressões ao meu couro cabeludo e aos fios do meu cabelo. Foi umas das medidas mais saudáveis que já tomei na vida.

Hoje, toda vez que me olho no espelho sinto mais do que contentamento ao ver os meus múltiplos micro-cachinhos 3-D. É isso mesmo, nossos canhinhos assim todos juntos têm as três dimensões da tão falada imagem 3-D - altura, largura e profundidade. Abusar da profundidade nos nossos penteados, dando formato mais arredondado, reto, cheio ou rente ao couro cabeludo é uma brincadeira muito saudável que, no mínimo, nos leva a descobrir múltiplas dimensões do nosso próprio rosto. No máximo, nos leva a descobrir recantos há muito escondidos em nossa alma. Esta aí embaixo sou eu e meus amados cachinhos:


Posso ficar até amanhã de manhã escrevendo sobre a gente aqui, digo sobre mim e o meu cabelo - quase nem sei mais se somos um só ou se nos dividimos em dois (às vezes ele sou eu, às vezes ele é um ente que me catalisa). Prefiro, no entanto, começar a apresentar um pouco um documentário que é também uma linda história de amor. Refiro-me ao documentário "Good Hair" dirigido e conduzido pelo ator, humorista, produtor, roteirista, limpador de pára-brisas, ajudante de cozinha ou o que quer que você queira... Chris Rock.

O filme inicia com uma seqüência de imagens de cabelos de negras em filmes antigos de Hollywood e recentes desfiles em disputas entre cabeleleiros que alongam os cabelos das pretas daqui, mas a história de amor começa na fala de abertura do próprio Chris, que é mais ou menos assim: "Minhas duas filhas, Lola e Zora. As mais lindas meninas do mundo. Mesmo eu dizendo todo santo dia que elas são lindas não é o bastante. Ontem mesmo Lola chegou em casa chorando e disse: "papai, como eu faço pra ter cabelo bom?"

Essa é a pergunta clássica que muitas de nós fizemos quando crianças e que nossas filhas, sobrinhas, vizinhas ainda hoje continuam a fazer, lamentando por não possuirem cabelos lisos. Eu me pergunto que padrões são esses que embotam os pensamentos de todas, como bem pudemos ver no comentário feito acima pela caucasiana, mas que principalmente massacra a a auto-confiança de lindas meninas que vemos balançando suas tranças ou seus cachos por aí. Chris, literalmente, fez o documentário como uma espécie de legado amoroso e reflexivo para suas filhas, meninas ultra sortudas, não só pela grana que a família possui, mas principalmente por terem um pai que vira meio mundo para tentar compreender por que não ter cabelo liso angustia tanto suas filhas.

Nessa tentativa de descobrir toda a indústria cosmética que está por trás da busca ansiosa e desesperada pelo cabelo bom, Chris vai a diferentes cidades norte-americanas, entrevista mulheres, conversa com homens, busca entender o comércio de cabelos naturais e de peruca, viaja para Índia. A cruzada de Chris vai desvelando diferentes níveis da questão: o econômico, o social, o racial, o emocional, o psicológico. Enfim, muitas cenas do filme dão insights para pensamentos mil desssa parte do corpo feminimo que tem nos sido tirada, arrancada sem muita explicação.

No fechamento do filme, Chris retoma o laço com as duas meninas e tenta responder o que está para além do conceito cabelo bom: "na tentativa de entender as questões que envolvem o cabelo afro, eu rodei o mundo inteiro... então o que eu vou dizer as minhas filhas? Eu vou dizer que o que está no topo da cabeça delas não é nem de perto mais importante do que o que está dentro."

Eu diria um pouco mais do que ele disse. Diria da importância de tocar o próprio cabelo, da importância de amar cada fio, mesmo com olhares de reprovação. Eu diria que não é preciso alisar o cabelo para dar a ele diferentes looks. Eu diria para elas jamais aceitarem parceiro(a)s que tenham medo de tocar nos seus fios, porque não há carinho mais prazeroso que o cafuné. Sobretudo eu demonstraria, através da minha relação de amor com os meus fios, o quanto é libertador e alegre conhecer as texturas próprias do nosso cabelo e as versatilidades específicas de um cabelo que jamais terá o corte ou o caimento do cabelo escorrido. Pouco importa! O ganho de conhecer intimamente uma parte sonegada de nós é o atrevimento mais saudável que pode nos acontecer.

Sobre esse filme, ainda tenho muito a dizer. Quero falar do depoimento das mulheres (atrizes, intelectuais, cabelereiras, entre outras), das batalhas entre cabeleireiros que acontecem aqui nos EUA, sobre a ida Chris a Índia, sobre os pensamentos que tive vendo o filme, mas, decididamente, neste post não vai dar. Ele já está enorme o suficiente. Fica para o próximo.

Para que vocês sintam o gostinho da maravilhosa aventura de Chris Rock, fiquem com a engraçada e melancólica cena dele tentando vender cabelo afro em lojas que vendem cabelos para implantes, entrelace ou o que quer que seja.


23 comentários:

Anônimo disse...

lindo, lindo, lindo
vou até mencionar em sala de aula. estou dando bell hooks para aquele pessoal todo lá ler e aprender que existem outras possibilidades na vida além do mega, da chapinha e da guanidina... queria falar mais, mas preciso ir. avisando logo que já estou com internet em casa (3G da Tim) e virei sempre aqui.
o filme, você viu no cinema? já tinha ouvido falar, mas não sabia que já tinha sido lançado...
amei!
força na peruca, amiga! beijo enorme
Luciana

Anônimo disse...

adorei! Vc tem que ver o depoimento da Preta Gil sobre isso, na escola também,no programa "Irritando Fernanda Young", tem no youtube, veja lá!
BJO

Anônimo disse...

vendo a cena do Chris Rock, me veio a cabeça a Elza Soares cantando , "a carne mais barata do mercado é a carne negra"... Queria ver esse filme dele... bj

:: Soul Sista :: disse...

Lu, que saudade! Você faz um grande serviço a Jorge Amado, às suas alunas e alunos e ao Brasil varonil! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr Ler Bell Hooks é luxo só. Tomara que elas aproveitem!
O filme já foi lançado aqui no ano passado. Tem disponível na Amazon, com legenda em espanhol ou vc pode baixar pela nossa internet querida! Você ta chic, com Tim e tudo! rsrsrsrsrsrsrsrs
Vou te ligar, hein


Andréa, o filme é muito interessante. Vale ser visto. Bora fazer nossos piratinhas via net, né? rsrsrsrsrsrsrs

Beijos nas duas!

GIL ROSZA disse...

Vejo muita coragem na Zuleide Silva que vai pra frente do Jornal Hoje com a cabeça sem chapar. A gente sabe que o mercado que come imagem é mau feito pica-pau e usa lentes de ferro pra fazer valer os padrões dele, inclusive apontando pra Halle Barry, Beyonce, Michelle Obama, Naomi Campbell, Oprah “cabelo indiano” Winfrey, como belezas negras “vendíveis” nos veículos, que como tantas outras, na hora de competir por espaço, também costumam botar sobre seus cabelos de nascença os tais cabelos indianos lisinhos que o Chris Rock fala no documentário. Daí fico pensando se essa negação da carapinha anos depois do Black Power, não indica uma aceitação, aquela que sugere que na industria da imagem, o cabelo prismático ao natural, não tem vez nem nos anúncios do xampu Seda, nem fora deles? Tem gente que acha a Ebony “reaça”, mas acabei de ler lá o curioso artigo: “What Happened to Afrocentricity?”. Se bobear ainda tá no site da revista.

:: Soul Sista :: disse...

Gil, é isso mesmo, padrões sociais e de comportamento são mesmo autoritários por um lado e , por outro, temos aceitado essa violência toda sobre nossos fios. Adorei a sugestão do artigo da Ebony. To indo lá conferir.

Beijos

Simone Ricco disse...

Fabi,

Esse post é da série depoimentos rss Em resposta lá vai uma leitura à luz da "teoria da recepção" rs
Além do bem que faz a você, a sua história de amor com o cabelo é um "testemunho" para auto estima da mulherada. Essa cabeleira que desafia o ordem "anti friz" imposta pelos padrões de beleza, traz o recado para a maioria das pessoas que acredita que usar o cabelo natural é uma falta de opção.
Seu black tem a power força de te dar muito estilo com esse cabelo muito seu: baita ação afirmativa da beleza em outros moldes e texturas.

Fora isso, muito boas as reflexões sobre os resultados das tormentas capilares na psiquê feminina e construção da identidade da mulher de ascendência afro. Neguinha: estudos capilares-culturais rss

BjkSi

Ilca Angela disse...

Ótimo! Excelente!

Márcio Macedo disse...

Oi Fabiana,

Belo post! Tem muito haver com as coisas que conversamos recentemente. Acho mais que necessário multiplicar esse tipo de pensamento que apresenta outras possibilidades aos cabelos de homens e mulheres pret@s além dos horripilantes produtos químicos. É preciso recolocar o corpo negro no contexto da sua singularidade tornando possível que a sua beleza seja reconquistada. Que o cabelo, os lábios, o nariz e a pele negra não sejam vistos como marcas de vergonha, inferioridade e deixem de ser entendidos como "coisas" indesejáveis.

Beijos carinhosos,

MM/K.

Wilson disse...

eu tenho que ver esse filme com urgência, né não minha gente?!

:: Soul Sista :: disse...

Si, estudos capilares culturais é ótimo! Esse mundo acadêmico vai acabar nos enlouquecendo. Obrigada pelas palavras! Cada um continue se afirmando (que louco esse verbo neste contexto, né?) da maneira que quiser.

Ilca, é um prazer ler seu comentário aqui pela primeira vez. Volte sempre!

Kibe, realmente já conversamos bastante sobre esse tema que tanto nos move, cabeludos que somos! rsrsrsrsrsrs Como disse uma amiga, força na peruca, sem cabelo indiano, por favor! rs

Wilson, já fez o seu pirata? Eu já tenho o meu. Corre lá! rsrsrstrsrsrs

Abraços em tod@s

Camilla Dias Domingues disse...

eu já tive cabelo liso artificial por um certo tempo da minha vida não nego. Até que fiquei careca por conta da química e jurei a mim mesmo nunca mais gastar dinheiro com bobagens e assumir minha africanidade, meu cabelo afro e minha cara linda. Acho que tudo é experiência, temos de passar por certos processos, depois caímos na real na melhor da hipóteses, entretanto, tem aqueles que nunca caem... rsrs

Elisa (minha pequena) está num processo de auto-afirmação do cabelo, as vezes curte, as vezes não, as vezes quer ter cabelo liso, chora pra pentear, mas quando eu acabo ela acha lindo... tá dentro do contexto e da idade dela (6 anos), ela diz sempre pra ela mesmo e pra quem quer que seja "meu cabelo é lindo!?" afirmando e perguntando ao mesmo tempo... quando na verdade é a si própria que ela quer se convencer... é um processo tb, fazer com que uma criança nos dias de hj não queira ter cabelo liso mas tô aí firme e forte na luta e cumprindo com meu papel de mãe, de orientar e educar para vida não deixando passar se quer um grão de história da nossa cultura e tudo que querem nos tirar, até a nossa beleza, dizendo e afirmando sempre que somos feios por isso ou por aquilo.

Helton Fesan disse...

Parabens, ganhou um seguidor.

Helton Fesan disse...

PARABENS PELA INICIATIVA E TEXTO. GANHOU UM SEGIDOR ASSIDUO.

Minha esposa usa o cabelo natural e é professora. Mais de uma vez teve que debater com mães indignadas porque ela estava incentivando suas filhas a não mais alisarem os cabelos. Repassam suas frustrações para as filhas e filhos...
Ainda bem que iniciativas como a sua são a cada dia mais comuns, menos raras.
Inté

:: Soul Sista :: disse...

ÊêÊêÊê, Helton, você foi meu sexagésimo seguidor. Vou comemoraaaar! rsrsrsrs

Mas deixando a brincadeira de lado, sua esposa é guerreira! Já gostei dela. Também sou professora e sei que a pressão é grande. Volte sempre, Helton!

Camilla, sabe que sou sua fã, né? Não só da sua escrita, mas, pelo que você conta no seu blog, da maneira como vc lida com Elisa. Parabéns e tb o lema - FORÇA NA PERUCA!

Abraços

PaulaKristina disse...

Adoro seus textos este foi muito bom.Tb me libertei da ditadura da quimica há 5 anos.Não foi facil e ainda tenho uma relação de amor e odio com meu cabelo.Mas no final a gente se ama e faz as pazes.Senti uma liberdade tão grande e mesmo com a ditadura do liso,adoro meu BLACK.Quando pequena na creche o menino disse que não dançaria comigo pois eu era feia e tinha o cabelo duro.Não preciso dizer o quanto gastei com o cabelereiro e com o psicologo rssss.Minha mãe diz que paga o que for para eu alisar o cabelo meu marido ama meu cabelo assim.Mas é foda é so aparece na globo que vc tá na moda.Como diria Sabotagem "quem é e,quem não é cabela vooa"

:: Soul Sista :: disse...

É isso, Paula. Também não acho fácil não, mas acho recompensador. Tenho olhares negativos de alguns familiares também, mas sigo em frente, porque me ver com o meu cabelo como ele veio ao mundo me faz muito bem.

O lema de Sabotagem é corretíssimo. Se o nosso não "voa", bora curti-lo assim mesmo, né não?

Parabéns pela sua linda cabeleira, como posso ver na foto.

Um grande beijo

Janaína Carvalho disse...

E eu fiquei pensando ao longo da novela toda: bastou botar uma protagonista com o cabelo crespo que ele volta à moda e cai no gosto das pessoas... Outra coisa que me deixou P da vida foi passar a ser chamada de Taís Araújo. Não que eu a ache feia, mas eu sempre exibe meus cachos! Ela que entrou na minha sintonia... na novela anterior tava "lisa-japonesa"! hahahahah

Vc falou e disse Fabiana. Me incomoda bastante essa coisa de "cabelo bom", essa ditadura das escovas definitiva, marroquina, inteligente, burra... Incomoda horrores a associação cabelo arrumado = cabelo escovado.

Vida longa aos cachos, a quem cuida deles e a quem trabalha para que nós os mantenhamos lindos!

Janaína Carvalho disse...

Ah! E esqueci de comentar uma coisa. Vc falou de gente que tem nojo, vergonha... seja lá o que or de pegar na carapinha do outro... Pois uma das minhas grandes saudades é fazer cafuné na carapinha de minha avó...

Ellen Miguel disse...

ADOREI o texto..Eu mesmo qndo criança alisava meu cabelo escondida no quarto pra ninguem ver, até parece que ninguem sabia que meu cabelo era duro...heheheh...Minhas tias tinham o pente de esquentar no ferro e tbm morriam de vergonha de alguem ver...
Eu já usei tanta quimica no meu cabelo que hoje morro de vontade de usar o cabelo bem black e ele fica esta coisa esquesita que é. Ai se arrependimento matasse.
Seu cabelo ta lindo....Deus abençoa. Sou louca pra poder amarrar com uma faixa assim pra cima sabe q ficar akele cabelo bem afro...aff...como que faz... Um dia ainda consigo e vou mostrar pra vc.
Ah...qnto ao blush a Dani pinheiro sabe? do site www.danipinheiro.com.br vende importados e acabei de encomendar o blush com ela, ela vai pedir e disse que me entrega semana que vem acredita? AMEI...Valeu mesmo pela dica. e nao esquece de me mandar uma foto usando ele tá.
bjinhos

Unknown disse...

Fabi, vou escrever este comentario mas as palavras vao sem acento pois o meu pc ta desconfigurado, mas gostaria de explanar o que me vem em mente.
Acredito que algumas pessoas submergem em si...a enfase no que nao lhe agrada ao olhar para o nosso amigo que nunca nos deixa mentir...elas ficam altamente preocupadas no que as pessoas acham delas e nao no que elas realmente sao e podem ser.
Tenho uma amiga que colocava trancas no cabelo aquelas canecalon, nao sei se e assim que se diz, e depois de um tempo ela tirou e eu sempre falava, mulher seu cabelo e mais bonito natural e ela me dizia em palavras garrafais, mulheeer, cabelo assim igual o de Rita Batista, (que e uma apresentadora aqui em Salvador), so sendo rica porque tem que ter traje para sustentar isso, (essas palavras sairam da boca de uma pedagoga),pense...
Enfim, devemos olhar para o nosso amigo mor(o espelho) e nos olhar com a essencia que somos, nos amando e nos respeitando, pois somos todos brilhantes com nossas essencias... por isso nossa gran singularidade.
beijos e te vejo no youtube e no blogevaeeu.

Anônimo disse...

Genteiiinnnn acreditem ou não, mas eu sofri e sofro preconceitos até aos dias de hoje por ser a "preta do cabelo bom" .

Quando criança, chegava ao ponto de ter gente puxando (com força) o meu cabelo por achar que era peruca, usava cabelo curto com cachos lindoooosss (feitos na escova pela minha mãe), era um negro bem forte que chegava a ser azulado.

Quando jovem-adolescente uma conhecida me levou para um famoso salão-afro da época, o Afonjá, com uma desculpa esfarrapada qualquer, com o propósito do meu cabelo ser avalidado pelo dono do salão, que após mexer no meu cabelo e na frente de todas disse: Parem de fofocar suas invejosas, o cabelo dela é n-a-t-u-r-a-l-í-s-s-i-m-o.

Meninas... eu fiquei passada e foi aí que me dei conta da situação.

E até hoje algumas pessoas não acreditam que o meu cabelo é natural e que não uso química para alterar a estrutura dos fios, apenas condicionador e shampoo johnson.

Tudo isso só porque sou negra, da cor mesmo e o meu cabelo não é "pichaim".

Aliás qual é a origem deste nome popular dado ao cabelo da raça negra?

Até faço uma idéia... mas isso é outro assunto.

Hoje, já adulta, a coisa é diferente, me perguntam: Qual escova você faz? Qual produto você usa? E quando eu digo nenhum, ficam olhando com cara de desconfiados, mas ninguém mas ousa puxar o meu cabelo ou enfiar os dedos na minha nuca.

Interessante que o cabelo da minha mãe que é tipo o meu, está alisando cada vez mais conforme vai avançando em idade, mas a minha mãe já não sofre tanto porque tem a pele mais clara, quando jovem ela era chamada da "mulata do cabelo bom".

Portanto o preconceito não tem idade, é antigo, e algumas vêzes varia de acordo com a intensidade da cor da pele.

Tudo isso porque alguém algum dia determinou que cabelo ruim é coisa de preto e cabelo bom é coisa de branco, embora todo mundo já tenha visto ou conheça branco de cabelo "duro" e preto de cabelo "Liso".

É isso aí genteeeiiinnn, preconceito é uma M.......

Beijos
Cris
:)

Camila disse...

Eu amo o cabelo com encrespadores muitos. Eu tenho o cabelo liso e eu gosto de ter o cabelo encaracolado. Eu uso o escova inoar para mim e eu para ficar mais bonito o cabelo crespo.