terça-feira, 4 de novembro de 2008

CORPO QUE SONHO (SENTIDOS NO CAOS)

O que os sonhos nos dizem? A mim, eles dizem no corpo. Levanto bem ou mal humorada conforme os sonhos que tenho. Ontem mesmo acordei rindo (adoro quando isso acontece, embora seja raro). Sonhei que voava

Antes de voar, estava num avião que sobrevoava um oceano à noite, bem próximo à água, com muitos outros aviões em volta fazendo praticamente as mesmas manobras sobre o mar. De repente, via pela janela que os aviões embicavam para cima e, num átimo, se distanciavam de perto de nós. Não demorou muito para a aeronave em que estava fazer o mesmo. Assim que subiu, uma comissária distribuía varinhas compridas para os passageiros que quisessem. Peguei uma e saí do avião. Daí se deu início uma das melhores sensações que meu corpo já sentiu. Eu voei, mas voei muito mesmo. Meu corpo flutuava em velocidade, aproveitando feliz a liberdade dos ares e a escuridão acolhedora da imensidão, segurando a tal varinha que, do nada, se acendeu em fogos de artifícios. Todos os passageiros que aceitaram o mágico objeto também voavam desimpedidos, com seus ramos de fogo e brilho na mão.

Ao aterrissarmos tinha uma grande multidão, em corredor, nos aplaudindo e gritando muito. Se antes senti liberdade no meu corpo, quando cheguei suavemente no solo, experimentei uma força profunda e uma alegria gorda. Meu corpo todo só respondia ao prazer e sentia nele uma potência desconhecida, como se tudo e todos pudesse defender naquele momento, tanto que acabei defendendo minha irmã de um querido Leli (encantado), que tinha voltado brincalhão para roubar-lhe os óculos. Acabei o sonho dando um tapa e um pito no meu avozinho! Non-sense. Sentidos nesse caos são pegadas de um mundo criado por mim, mas absurdamente estrangeiro. Estranho-eiro...

Agora, fragmentos de imagens também falam: mar, ar, fogo, vivacidade, plenitude de potência! Sonhei um artificioso sonho em forma de luz, com a vida vivendo quente em meu corpo, e acordei gargalhando! Minha carne inteira queria continuar voando, vivendo livre pra sempre...

Série OS NADAS DE LUGAR NENHUM (Poster Good Morning Lord de Ernest E. Varner)

2 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo texto!!!
Parabéns. Raquel

:: Soul Sista :: disse...

Raquelita, adorei escrever esse texto, porque, ao reencenar por escrito o meu sonho, eu revivi novamente o sentimento de amplidão que experimentei no meu mundo imaginário. Seria maravilhoso se pudéssemos voar, né? Tendo, a todo instante, uma nova e alta perspectiva das coisas. Que bom que nossa imaginação surreal, corajosa como é (que ninguém me ouça: mas não só tenho medo de avião, como de altura, a mais baixa que seja) proporciona esses lampejos de liberdade pra gente! Grande beijo