quarta-feira, 3 de março de 2010

Eu... um livro pra Chico - posfácio


Gente querida do meu Brasil! Já vou avisando que ando assim meio abobeada. Mas o fato é que me deu uma vontade de conversar com Chico de novo! A voz dele lendo suas próprias páginas de corpos que são livros criam imagens cruzadas na minha mente. Tenho vontade de ser todas aquelas mulheres-livro. Uma loucura! Pra quem não leu a conversa primeira onde eu me dispunha inteira em livro pra Chico, pode clicar aqui.

Aquela última frase "E eu um livro sem fim" é puro recurso literário. Todo livro tem um final, né gente? E percebemos o final até mesmo antes de ele chegar. Eu pressentia um fim próximo. Um livro já gasto. Muitas páginas do meu corpo aprodrecidas pelo tempo, pela distância e pela falta de amor. Por isso, agora, me despeço de Chico e recolho meu corpo só para os meus escritos mesmo. Isso já basta. E também me preparo para novos livros em cópula que virão. No fim de tudo, além do cansaço, só uma certeza: um dia encontro um escritor só para as minhas páginas. Ah, encontro, né não gente? Por que não sou feia demais, nem rica demais nem burra demais, né não? (Estou aqui gargalhando bem alto, que eu precisava disso). Vamos à conversa.


Pois é, Chico.
Nosso livro chegou ao final.
Meu corpo todo em folhas pra você
Cansou de ser página só para as suas palavras doidas,
Receptáculo de tudo que você crava no mundo.

Diante de tanta coisa dita,
não tinha um espacinho em marrom para as minhas vozes.
Meu corpo vazou nessa estória toda,
se perdendo de mim.
Não reconhecia mais o que eu própria escrevia
Perdida que estava nas suas novelas.

Chico, definitivamente cansei.
Você escrevia em mim, mas não via meu corpo.
Escrevia em mim, mas não via o meu fundo, oferecido em forma de papiro.
Escrevia em mim, mas não tinha tempo de me ler.
Escrevia em mim, mas não via a minha ternura e transbordamento de amor.

Meu corpo pra você era só mais uma página em marrom mesmo
Nenhum diferencial das outras tantas páginas amarronadas onde você escreve
Até a escrita era a mesma pra todas.

E eu, como já disse,
Nasci para ser livro de um homem só.
E espero desse homem-livro, no mínimo
Admiração pelas minhas palavrinhas de nada.

Ninharias, é verdade. Coisa pouca.
Mas minha forma muito particular de cantar nesse mundo.
Minhas palavras - uma melodia só.

E de agora em diante, Chico, sigo sozinha.
Meu corpo é só meu mesmo.
Recolho-me e deixo você fazer o que te dá mais prazer:
Escrever suas linhas em páginas cibernéticas por aí.

Boa sorte, Chico!


Nossa! Não sei por quê, mas escrever esse texto me deu um alívio tão grande. Lady que sou, toda essa conversa substitui muitas palavras feias que me vêm à cabeça. Mas sou chic, sou phyna, né gente! Xingar é bom e tem o momento certo, mas falar por códigos também dá um alívio tão grande! Agora, vou dormir em paz...

Abraços em tod@s!

2 comentários:

Camilla Dias Domingues disse...

encontraremos sim um escritor para nossas páginas e que não só escreva mas tb pinte e borde no nosso corpo!

PS: não esqueça do meu presente dos States! rsrs!

Lina disse...

Fafá
Acho que você está merecendo um Dirceu para lhe escrever lindos poemas e amar seu corpo a ponto de mudar de nome. Você já está merecendo o seu poeta.
Está próxima a chegada dele.