segunda-feira, 16 de novembro de 2009

RESPEITO AOS MAIS VELHOS


Interessantíssimo seminário promovido pelo Bando de Teatro do Olodum.
Quem quiser maiores informações, visite o site do Teatro Vila Velha

Um comentário:

Márcio Macedo disse...

Na boa, tenho 36 anos e parei de assistir novela aos 14. Como diria um ex-fumante ou ex-junkie, me sinto super bem sem elas. Hoje moro fora do país, NYC, e às vezes vou a um restaurante em Astoria comer. A TV está sempre ligada na Globo exibindo novelas, telejornais e programas de apresentadores imbecis (Faustão, Luciano Huck, Ana Maria Braga e por aí vai). Vendo tudo aquilo tenho a sensação de estar próximo do que mais odeio no Brasil - sim, o Gil usou termo correto aqui, "ódio" -, ou seja, a representação Globo de Brasil com a sua cafonice, arrogância, preconceito e conservadorismo disfarçados num verniz de progressismo e no padrão Globo de qualidade. Toda vez que assisto cenas de novelas penso como velhos estereótipos são reproduzidos continuamente e que não há roteiristas e nem emissoras comprometidas em absorver de formar mais democrática e criativa as mudanças boas que nosso país tem vivido nos últimos 30 anos. Eu, como intelectual, não descarto a novela como espaço de pesquisa acadêmica e até intervenção política, mas sinceramente a abomino como forma de entretenimento. By the way, nem tenho televisão!

Sobre a comparação com o samba e o funk-carioca diria que a discussão aqui é complexa, política e talvez não próxima do fenômeno das novelas. O mesmo Hermano Vianna que mostra em seu livro "O Mistério do Samba" intelectuais do porte de Gilberto Freyre defendendo o samba como a mais genuína expressão musical brasileira evidencia também como o antropólogo foi um voraz crítico dos namoros de Pixinguinha e Carmem Miranda com o jazz americano afirmando que o ritmo feito por negros americanos iria deturpar a pureza do samba. Não suporto funk-carioca, música sertaneja, forró e brega, mas não os considero lixo musical, apenas não entram no meu iPod. Da mesma forma tenho amigos que não suportam hip-hop, reggae, jazz e soul coisas que literalmente amo. A estética e o gosto estão embebidos no político, na classe social e em contextos históricos específicos.

Enfim, não suporto novela e faço votos que Fabiana Lima se livre desse vício. Prefiro ler, ir ao teatro, ao cinema, escrever, dançar e ouvir um som, encher a cara e fazer sexo quando encontro alguém a fim!